Comodato: tire aqui suas dúvidas!

07 de novembro de 2016

Ser médico e gerenciar uma clínica particular não é fácil: além de ser um bom profissional, é preciso lidar com vários desafios que se apresentam aos empreendedores. Manejar uma equipe de profissionais, cuidar das finanças e de requisitos legais do estabelecimento e garantir que os pacientes tenham o melhor atendimento possível.

Um dos fatores que auxiliam na satisfação dos seus pacientes é a obtenção e o uso de equipamentos médicos de alta qualidade. Afinal, equipamentos de ponta são mais rápidos, confiáveis e geram menos custos com manutenção.

No entanto, equipamentos médicos não são ferramentas baratas — o que torna a sua compra praticamente inviável. É por isso que muitas clínicas vem optando pelo comodato de aparelhos médicos em comodato.

Neste post vamos te explicar exatamente como essa modalidade funciona, quais são as suas vantagens e desvantagens, além de te mostrar qual é a melhor maneira de investir nessa alternativa. Ficou interessado? Acompanhe!

1. Entenda como funciona o comodato

Para tornar o nosso guia didático, vamos começar falando sobre comodato tendo como exemplo um dos equipamentos médicos mais importantes em uma clínica: o eletrocardiógrafo, o ECG.

O equipamento utilizado no eletrocardiograma é fundamental para diversos ramos da medicina e é essencial para o trabalho de várias especialidades médicas, que vão desde a cardiologia em si até a medicina ocupacional.

No entanto, o equipamento tem um alto custo, necessita de manutenção constante e, em geral, requer a operação de um técnico especializado para enviar os resultados para a análise do médico responsável. Felizmente, o avanço da tecnologia vem permitindo ganhos importantes no uso desse tipo de ferramenta — através da telemedicina, é possível contar com ECGs mais baratos e práticos.

Nessa modalidade, o aparelho utilizado não necessita de fio terra ou de uma rede elétrica. Os resultados de cada exame são enviados via internet para técnicos especializados em laudos que decodificarão os dados e encaminhá-los diretamente para o médico, também via internet.

Vale ressaltar que todo o processo é, além de ágil, seguro. No entanto, nem essa facilidade torna o preço da aquisição do ECG viável para pequenas e médias clínicas. Por isso, o sistema de empréstimo de aparelhos médicos em comodato tem crescido.

Através do comodato, a clínica recebe o equipamento de maneira gratuita durante o período pré-acordado e tem como responsabilidades manter a ferramenta (no caso, o ECG) em perfeitas condições de uso. O custo com o eletrocardiograma, portanto, passa a ser cobrado por laudo emitido.

Assim, você utiliza o equipamento dentro da sua empresa e precisa lidar apenas com os custos variáveis — ou seja, quanto maior o número de exames realizados, maiores os custos. Dessa forma, você consegue equilibrar as suas despesas de acordo com a demanda dos seus clientes.

Para que isso fique mais claro, vamos usar um exemplo fora da medicina. Em geral, empresas produtoras de sorvete alugam em sistema de comodato o freezer utilizado para manter a qualidade do alimento. Assim, o dono do supermercado não precisa comprar um caro instrumento de refrigeração.

No entanto, ele continua sendo responsável pelos custos de energia do freezer e, em alguns casos, se compromete a comprar sorvetes exclusivamente de quem alugou em comodato o freezer. No caso das clínicas, o ECG seria o freezer emprestado gratuitamente e os laudos, os sorvetes.

Todos os acordos de comodato são regulados pelo Código Civil que estabelece, entre outros itens, que:

  • O comodato é o empréstimo gratuito de bens fungíveis — ou seja, que possam ser substituídos por outros da mesma espécie, quantidade e qualidade;
  • Cabe ao comodatário (quem recebe o equipamento) a conservação do equipamento cedido;
  • É obrigação do comodatário utilizar o equipamento cedido apenas para o fim acordado;
  • O comodatário não pode cobrar do comodante qualquer despesa feita pelo uso do equipamento;
  • O contrato de comodato não tem a necessidade de ser registrado, podendo ser realizado através de um acordo verbal. Mesmo assim, é importante ter um documento comprobatório do contrato entre as partes e, sempre que possível, registrá-lo em cartório.

Neste tópico usamos o ECG como exemplo. No entanto, existem vários outros equipamentos médicos para a sua clínica que também podem ser utilizados nessa forma de empréstimo — como Holter e Mapa.

2. Descubra a diferença entre compra e comodato

Antes de avaliar se o comodato é a melhor opção para a sua clínica, é preciso fazer uma análise séria das alternativas e avaliá-las de acordo com a realidade da sua instituição.

Em geral, existem duas principais maneiras de contar com equipamentos de ponta para atender os seus pacientes. Além do próprio comodato, a opção mais popular é a compra do maquinário. Para que você consiga tomar essa decisão, portanto, vamos diferenciar cada uma dessas modalidades.

2.1. Comodato

Como falamos, o comodato é marcado pelo empréstimo sem custos de um equipamento fungível para o comodatário. O recebedor, portanto, não tem nenhum tipo de custo com a aquisição do produto e cabe a ele a sua manutenção e o uso correto.

Essa alternativa é a mais viável para pequenas e médias empresas, já que não existe um alto investimento em um ativo. Ela se adequa, portanto, ao orçamento de clínicas que ainda não possuem grande capital disponível.

Além disso, embora não seja legalmente obrigado, a comodante pode prestar serviços de assistência e no uso específico do equipamento cedido — como falaremos mais adiante nessa postagem.

2.3. Compra

A compra, a princípio, parece uma operação bastante simples: basta encontrar um fornecedor, pagar a quantia exigida e levar o equipamento para a sua clínica. A partir daí, ele passa a ser seu.

No entanto, o processo de compra de um ECG é muito mais complexo do que de um freezer — para continuar no exemplo anterior. Ou seja, se não bastasse ter recursos necessários para efetivar a compra (e são recursos muito altos!) você ainda precisará passar por uma verdadeira maratona de pesquisas e burocracias para ter um equipamento para chamar de seu.

Para que você visualize corretamente sobre o que estamos falando, vamos fazer o passo a passo necessário para uma compra bem-feita.

2.3.1 Pesquisa de preço

Desde pequenos, estamos acostumados a acompanhar nossos pais quando eles iam realizar as compras do mês: era uma visita enorme a vários supermercados em busca das melhores ofertas.

Quando crescemos e temos que lidar com as nossas próprias contas, essa peregrinação parece, enfim, fazer sentido. Fazendo uma pesquisa em diferentes locais de compra é possível encontrar o mesmo produto com diferenças enormes de preço.

A pesquisa de valores, no entanto, não deve ser resumir às nossas compras domésticas. No ambiente corporativo, também precisamos pesquisar vários fornecedores antes de tomar a decisão.

Quando falamos em aparelhos médicos, essa lógica também se confirma: um ECG de 12 canais pode variar de custos que vão de R$ 5.000 até R$ 12.000! Portanto, encontrar o preço justo para o seu eletrocardiógrafo já é o primeiro desafio.

2.3.2 Pesquisa de fornecedores

Como sabemos, preço não é tudo. Também é preciso negociar formas de pagamento, garantias e assistência técnica qualificada. O objetivo é evitar o famoso “barato que sai caro”, ou seja, adquirir um produto por um preço muito baixo mas que trará problemas de manutenção.

É por isso que é tão importante estar atento à reputação do seu fornecedor, desde o fabricante de cada aparelho até o próprio revendedor. Dessa forma, você começa a garantir que a sua compra não lhe traga problemas e prejuízos amanhã

2.3.3. Avaliação da necessidade

Nós já falamos sobre a importância de equipamentos de qualidade para o atendimento de excelência aos seus pacientes. Mas agora precisamos ser frios e entender se, de fato, a demanda atual exige a compra de um equipamento caro.

Se a sua demanda por eletrocardiogramas não é tão alta, pode ser mais financeiramente viável buscar outras alternativas que passam pela terceirização do serviço — ou seja, pedir que os laudos sejam realizados fora da sua clínica.

No entanto, essa opção também pode não ser tão boa assim — você pode perder pacientes pela falta de praticidade e até mesmo diminuir seus ganhos fazendo com que um serviço necessário seja realizado por outra empresa.

O importante é ter em mente que a compra de um equipamento terá sempre um valor alto fixo — pouco importando se ele será muito ou pouco utilizado. Esse fator, portanto, não deve ser negligenciado na hora de decidir se vale a pena ou não comprar o equipamento.

2.3.4. Investimento em ativo

Uma vantagem inegável da compra de qualquer produto é que ele passa a ser seu. Isso é bem simples de visualizar: se você tem condições, é melhor comprar uma casa — o que te permite fazer as mudanças e reformas que você julgar necessárias, alugar para terceiros e até mesmo ter um ativo em mãos que pode ser vendido caso você tenha necessidade.

No entanto, a casa própria também precisa ser mantida e todos os custos de IPTU, manutenção, aluguel e energia serão seus. Da mesma forma, um equipamento próprio para diagnósticos compõe o patrimônio da sua empresa e pode ser vendido ou alugado para terceiros de acordo com sua vontade ou necessidade.

Ele também pode e irá se desvalorizar com o tempo — seja pelo uso e desgaste natural ou mesmo pelo avanço da tecnologia, que torna equipamentos ultrapassados e obsoletos em um curto espaço de tempo.

Ou seja, o ECG não é como um imóvel, cujo investimento inicial pode ser compensado em uma compra futura. Pelo contrário, ele irá, inevitavelmente, se desvalorizar no decorrer do tempo.

2.3.5. Gastos com manutenção

Por fim, vale reforçar que os custos com o equipamento próprio não se resumem ao valor da compra em si. Ele também exige manutenção constante, além da contratação de profissionais qualificados para operá-los.

Esses fatores devem entrar no seu planejamento inicial caso você opte pela compra. Avalie se, mesmo com o dinheiro em caixa para adquirir o seu ECG, você terá recursos suficientes para mantê-lo em perfeito estado de funcionamento por um longo período.

Ou seja, da mesma forma que você não pode comprar um carro sem ter a capacidade de pagar o combustível, os impostos e o seguro, você também não deve comprar um aparelho médico — que necessita de cuidados especiais e delicados — se sua clínica ainda não é capaz de lidar com todas as despesas agregadas.

3. Conheça os prós e contras do comodato

Ao chegar até aqui, você já deve ter entendido o que é o comodato, como ele funciona e, também, quais as vantagens e desvantagens da sua alternativa mais comum, a compra de equipamentos.

No entanto, ainda não chegou a hora de decidir se o ideal para sua clínica é a compra de um equipamento médico novo ou o comodato. Para que você consiga tomar essa decisão de forma correta, vamos detalhar as vantagens e desvantagens do comodato.

Acompanhe!

3.1. Sem custos iniciais

Está lá na definição de comodato: “o empréstimo sem custos de determinado bem fungível”. E é exatamente isso que você está lendo: sua clínica vai poder contar com um ECG, Mapa ou Holter sem precisar retirar um único centavo do bolso.

Isso significa um enorme alívio nas contas e, ainda, a liberação para investir o seu capital em outras áreas — seja em equipamentos e melhorias estruturais para a clínica ou na contratação e no treinamento de pessoal qualificado para a sua instituição.

3.2. Implantação imediata

Ao fechar um acordo de em comodato, a sua empresa receberá o equipamento solicitado em questão de dias — ou até mesmo em horas. Você não precisa esperar a entrega do fornecedor, a autorização do Ministério da Saúde ou passar por processos burocráticos de compra e impostos com a receita.

Isso sem falar dos equipamentos médicos importados, que enfrentam uma alfândega muito mais rígida do que as compras de turistas trazidas na mala do exterior. Portanto, com o acordo fechado, sua clínica contará com o equipamento adequado para atender os pacientes de forma imediata, sem necessidade de paralisações da sua atividade.

3.3. Adequação ao seu tamanho

Não é só o preço do equipamento que deve ser condizente com o uso da sua clínica. O próprio uso do mesmo deve refletir as suas necessidades. Assim, em tempos de baixa demanda, é possível manter apenas um equipamento em comodato, por exemplo.

Em contrapartida, com o aumento do número de pacientes à procura dos seus serviços, você pode apostar em empréstimos de mais aparelhos sem nenhum custo adicional. Além disso, vale lembrar que o investimento não será perdido como aconteceria na compra de um equipamento subutilizado.

Ou seja, o seu custo sempre acompanhará a sua rentabilidade. Dessa forma, quando sua empresa passar por uma expansão, ela será capaz de contar com os novos equipamentos necessários sem precisar gastar ainda mais nas novas unidades.

3.4. Segurança contra obsolência

Os equipamentos médicos evoluem no mesmo ritmo em que a tecnologia se aprimora. Em pleno século XXI, essa evolução está cada dia mais constante e rápida. Se, por um lado, esse avanço é extremamente positivo por trazer soluções melhores e mais baratas para a sua clínica, ela também aumenta a chamada obsolescência programada — aquele efeito que faz com que produtos inovadores hoje sejam ultrapassados amanhã.

Nós já falamos sobre a dificuldade de comprar um equipamento — seja pelo preço ou por todo o processo de pesquisa envolvida. Agora imagine ter que passar por todo esse caminho toda vez que uma novidade tecnológica é implementada?

Além de ser uma dor de cabeça, isso ainda acelera a desvalorização do equipamento que você já havia adquirido. No  comodato, o equipamento pode ser devolvido de acordo com o contrato ou toda vez que for necessário, caso haja um upgrade nas funções de um produto.

3.5. Consultoria e treinamento

No tópico em que falamos sobre compra de equipamentos, deixamos claro que os custos não se resumem pura e simplesmente ao preço que se paga. Entre outros fatores, ele também deve levar em conta as despesas provenientes do próprio uso do produto.

Assim, comprar um ECG também significa que você terá que desembolsar um valor a mais, provavelmente destinado a um fornecedor diferente do fabricante, para formar ou contratar profissionais qualificados para manusear o eletrocardiógrafo de maneira correta — tanto para gerar laudos seguros quanto para garantir a preservação do ECG.

No entanto, empresas que fazem o comodato também oferecem serviços de treinamento e consultoria. Dessa forma, você não apenas recebe o produto de maneira gratuita, como também conta com uma assistência exclusiva para que seus funcionários consigam operar a máquina. Ainda é possível contar com assistência técnica qualificada caso você precise lidar com algum defeito ou com a manutenção preventiva do equipamento.

3.6. Laudo terceirizado

Para explicar esse tópico vamos voltar ao exemplo do freezer e dos sorvetes. O empréstimo do primeiro, mesmo que gratuito, está implicado no uso do equipamento para a refrigeração exclusiva dos sorvetes da fornecedora. Ou seja, a fábrica de gelados de cede o freezer, desde que você continue comprando a matéria-prima diretamente com eles.

No caso de aparelhos médicos em comodato, essa lógica se repete de maneira similar. Você não paga nada para ter o equipamento, mas, com a telemedicina, os dados gerados pelo equipamento são enviados via internet para a comodatária, onde serão analisados por técnicos qualificados e reenviados para o médico, tudo via internet.

Por um lado, esse processo é vantajoso, pois agiliza o atendimento e dispensa da clínica a necessidade de ter um técnico contratado. No entanto, esse serviço tem um custo que deve ser observado e, principalmente, monitorado de acordo com a demanda. Quanto mais sua clínica cresce, mais laudos ela demandará e mais custos com o processo você terá.

3.7. Ausência de ativo

A principal vantagem da compra sobre o comodato é que, no primeiro, você está aumentando o patrimônio em ativos da sua empresa. Ou seja, o seu capital foi destinado para a compra de um bem que agregará valor à sua clínica. E, como tal, está sob seu total controle: ele pode ser vendido ou alugado ao seu bel prazer.

No comodato, porém, você está apenas cuidando de um bem de terceiro e não poderá tirar nenhum tipo de lucro ou vantagem dele além daquilo que está proposto no contrato.

4. Saiba como escolher a melhor empresa

Caso esteja convencido de que o comodato de aparelhos médicos por comodato é a melhor opção para a sua clínica, você ainda precisa passar pelo derradeiro passo antes de solicitar o seu ECG, Mapa ou Holter. Estamos falando da escolha correta do fornecedor.

Para chegar ao provedor ideal, pesquise, sempre atento aos seguintes requisitos:

4.1. Preço

Aqui não estamos falando do preço do equipamento em si — afinal, o empréstimo é gratuito. Falamos dos serviços demandados pelo comodatário. Portanto, analise qual será o valor cobrado por laudo, verifique se a empresa fornece bons serviços de atendimento, treinamento e manutenção. Lembre-se que o menor preço não é tudo, mas, sim, o custo-benefício.

4.2. Registros

Tudo que diz respeito à medicina precisa de um bom controle e não seria diferente quando o assunto envolve equipamentos médicos. Fornecedoras desse tipo de ferramenta devem ser autorizadas por órgãos competentes que, no caso, são o Conselho Federal de Medicina e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

O CFM certifica fornecedores que atendem requisitos como tecnologia adequada, higiene e condições dos equipamentos. A Vigilância Sanitária, por sua vez, certifica de que os aparelhos apresentam condições seguras de uso para os profissionais da clínica e para os pacientes.

4.3. Prazos

A telemedicina tem como trunfo a possibilidade de entregar laudos de maneira rápida. No entanto, você precisa se certificar de que a sua fornecedora cumprirá essa promessa. Por isso, determine os prazos de entrega dos laudos já na feitura do contrato e, antes de fechar negócio, faça um teste prático do serviço prestado.

4.4. Atendimento

Por fim, verifique se o seu fornecedor te atenderá da mesma forma que você atende os seus pacientes: com excelência. Para isso, pesquise sobre a reputação da comodatária, verifique se ela realmente presta serviços de treinamento e assistência adequados e confira até mesmo se os seus equipamentos representam o que há de melhor no mercado.

O comodato de equipamentos médicos pode ser uma alternativa interessante para manter a sua clínica competitiva, reduzir custos e garantir o melhor atendimento aos clientes.  No entanto, esse tipo de acordo deve ser feito junto a empresas certificadas para que você não precise enfrentar dores de cabeça mais tarde.

A TME é uma empresa com mais de 12 anos focados na melhoria constante na emissão de laudos, presente em todos os estados brasileiros e em outros países da América Latina. Entre em contato conosco e descubra como nosso comodato de aparelhos médicos em comodato pode ser o que você está procurando!

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